domingo, 4 de setembro de 2011

Que se cumpra o destino...

Eu vou embora...
Vou para a floresta lilás
Onde a espuma flutua ao vento
E a luz da lua prateia o mar.
.
Eu vou embora...
Onde eu possa voar com liberdade
Onde não possa comprar nem vender
Onde eu possa apenas ser eu
Na nua e crua realidade.
.
Vou embora...
Seguirei em frente...
Eu sei que dói cortar a raiz
Irei ainda assim, mesmo
Que fique sem referência ou matiz.
.
Seguirei pela trilha aberta
Difícil saber onde parar
Pois não sei onde estou indo.
Preciso caramujar.
.
Vou...
E na busca de uma casa
Ou quem sabe de uma causa
Deixo o passado
Abandono teus braços
Deixo o que roubei
O que tomei
O que fiz e o que perdi.
.
Sigo sem mágoas ou pecados.
Debaixo do travesseiro e junto dos chinelos
Deixo-os - todos - guardados.
.
Perdoe-me... o passado, passa.
Vou buscando o riacho águas cristalinas
O sorrir sem melancolia
As frias noites com neblina
O cantar do galo das campinas.
.
Que se cumpra o destino.
Sigo nua, liberta, abro os braços
E me rendo ao sol de cada manhã.

Delasnieve Daspet

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