domingo, 4 de setembro de 2011

A dança do tempo

Na dança do tempo, o descompasso das horas
Ainda é noite aqui dentro, amanhece lá fora.

A porta entreaberta denuncia a loucura
O silêncio das coisas aumenta a clausura.

Na dança da vida, o descompasso do tempo
Calmaria aparente, tempestade aqui dentro.

E a insônia insistente não quer ir embora
Coração ainda sangra, vez por outra ainda chora.

Na dança dos versos, poemas que imploram
Nostalgia que eu temo, inquietudes que afloram.

Um sorriso aparente, um café, um cigarro
Uma dúzia de rosas ressecadas num jarro.

Na dança das águas, beija-flor foi pra longe
Voou bem depressa, se escondeu não sei onde.

Agora chove lá fora, secura aqui dentro
As notícias que guardo são antigas, faz tempo.

Já são quase dez horas e a cidade nublada
Manhã fria de agosto, respiração afrontada.

O poema que nasce não diz o que eu quero
Não sei se desisto, não sei se te espero.

(autoria desconhecida)

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