sábado, 10 de dezembro de 2011

Chama

“Há dentro de nós uma chama sagrada coberta pelas cinzas do consumismo, da busca de bens materiais, de uma vida distraída das coisas essenciais...”

“É preciso remover tais cinzas e despertar a chama sagrada. E então irradiaremos. Seremos como um sol.” (Leonardo Boff)

O desafio de remover as cinzas de uma vida distraída das coisas essenciais, de modo a despertar a chama sagrada. Nesta efêmera existência terrena, o que vem a ser essencial, e o que vem a ser mera distração?

O sol da manhã que irrompe no quarto e nos convida para mais um dia...

Que segredos terá para nos contar?

O que representam as 24 horas de um dia?

O que significam os 80 anos de uma vida?

A frágil consistência dos sonhos que sonhamos;
E no entanto quão pobre seria a vida não fossem os sonhos sonhados...

Diante do tempo cósmico, o tempo de nossa permanência neste mundo físico se assemelha a uma ligeira brisa que tão prontamente passa. E no entanto este breve instante se mostra suficiente para empreendermos coisas eternas.

Todo velho ancião um dia foi uma criança pequenina. E toda criança pequenina pode ser que venha a chegar até a idade mais avançada.

De todos os mistérios que nos envolvem, encantam e espantam, talvez o mais instigante seja o mistério da duração da vida terrena.

Enquanto uns não chegam aos 40, outros passam dos 80 anos de idade. Ninguém há que saiba quanto tempo de vida ainda tem pela frente, quantas velas de aniversário ainda haverá de assoprar. Não nos compete escolher a duração, mas quanto à profundidade do nosso existir, encontra-se em nossas mãos sua escolha.

Esta existência terrena é a infância da eternidade. Um tempo de crescimento, aprendizado e cuidado.

Cativar a via do silêncio dentro de nós, cultivar a dimensão amorosa do coração.

Recordar que o tempo representa uma inestimável oportunidade de despertar. As 24 horas de um novo dia, que lições terão para nos ensinar? Existe o tempo afobado do mundo; e existe o tempo sem pressa dos poetas.

“A eternidade é um relógio sem ponteiros”, já o dizia nosso poeta, Quintana.

De certa forma estamos todos imersos na eternidade, desde o aqui e o agora.

Existe o tempo do mundo, e existe o tempo da alma. O tempo dos relógios com ponteiros, e o tempo que relógios e ponteiros dispensa. Cada novo dia pode ser um novo começo, a senda que conduz a uma nova vida.

“Que cada manhã seja melhor do que sua véspera, e cada novo dia mais rico do que o dia anterior.” (Bahá’u’lláh)

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