A GRANDE HOMENAGEADA
Leda Galvão
Mulher-criança, brincando com boneca,
pulando corda e amarelinha na calçada,
usa trança, rabo-de-cavalo, é garota sapeca
pra quem a vida é sempre uma piada.
Mulher-adolescente, brinca com o amor,
sonha, chora, mas está sempre enamorada.
Conjuga verbos, namora o professor
e, pra ela a vida... é noite enluarada.
Mulher-mãe, mulher-"Amélia", como brilha o ninho!
mas, salário? oh! My God, nadica vezes nada.
Noites em claro, o filho embala com carinho,
e jamais se esquece do horário da mamada.
Mulher-só, "estéril", não sonha, nem sorri.
De mal com a vida é amante mal-amada.
Mulher-só, mas que aos outros dá de si
vive sempre feliz, em meio... à sobrinhada.
Mulher-Terceira Idade, fez da vida o que bem quis:
viveu, lutou, amou, criou, sentiu-se realizada.
Essa mulher se sofreu, mesmo assim ainda é feliz
e, no Dia da Mulher, será a grande homenageada.
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