quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Ser uma boa pessoa

Vantagens de ser uma boa pessoa:

A história extra-oficial, aquela que corre de boca em boca mas não é registrada em livros, criou uma expressão popular na região das Missões, no estado do Rio Grande do Sul. Segundo a cultura local, os primeiros jesuítas europeus que construíram com os índios guaranis os Sete Povos das Missões, costumavam aplicar uma tática de doutrinação religiosa, ou seja, esculpiam na madeira imagens do tamanho de uma pessoa. Essas imagens representavam alguns santos da Igreja Católica e eram ocas. Colocadas em lugares estratégicos, os padres encarregados pela catequização costumavam entrar nessas imagens ocas e falar aos índios como se fossem os próprios santos transmitindo suas mensagens.

Verdade ou não, o "santinho do pau oco" virou expressão popular que caracteriza o indivíduo que passa uma imagem de "santo", mas que na verdade, "por dentro" é uma outra pessoa. Não é o caso, é óbvio, da pessoa que pratica o bem sem olhar a quem, porque assumir a prática do amor fraternal exige transparência de sentimentos onde não há lugar para o fingimento ou a representação.

Nesse sentido, não precisamos ser santos ou beatos para afirmar o bem em nossas vidas. Basta deixar fluir a energia do amor que trazemos internalizada em forma de centelha divina...

Essa fagulha, quando acesa em forma de chama interior, tem o poder de transformar realidades através do exercício da caridade, da cura, da proteção espiritual, do autoconhecimento e do progresso espiritual.

Portanto, praticar o bem sem interesses ou segundas intenções, tem vantagens que não imaginamos, porque vivemos em um mundo onde o sofrimento, associado à esperteza, limita a nossa visão para o que é puro e transparente nas relações interpessoais.

Por este motivo, as crianças despertam em nós a ternura e a pureza esquecidas em algum lugar do passado. São elas a referência e a esperança de um mundo onde os bons sentimentos possam ser compartilhados no convívio social. Porém, para compartilhar bons sentimentos, precisamos exercitá-los no dia-a-dia de nossas vidas, porque toda mudança interior, por mais gradual que seja, exige adaptação e troca de energia áurica, que é o campo energético ao nosso redor que informa ao Universo se somos ou não seres amorosos.

O grande desafio para quem pretende, aos poucos, trocar a sua energia áurica, é manter-se focado no bem. Tarefa difícil quando se vive eu uma sociedade competitiva, cuja orientação e filosofia induzem a ser esperto para levar vantagem sobre o outro.

No entanto, estamos falando de "vantagens" fundamentadas em bens eternos e não bens perenes que acabam-se com o passar do tempo. Estamos falando de transparência de atitudes e de sentimentos elevados, e não de títulos, status social ou aparências.
Trilhar o caminho da verdade de cada um exige, acima de tudo, perseverança no bem. Esse caminho nos leva à cura de nossos males e à conquista do equilíbrio bio-psíquico-espiritual que contempla um estado de saúde integral, idealizado pelas religiões de fé raciocinada, pela filosofia, medicina e psicologia.

Ser ou tornar-se uma boa pessoa, não exige, necessariamente, vínculo religioso ou abstinência de certos prazeres mundanos, como a diversão, o lazer e a prática do sexo, entre outros, que são inerentes à pessoa humana e importantes à sensação de bem-estar e equilíbrio.

O indivíduo focado no bem cultiva a bondade dentro e fora de si mesmo, sem fazer alarde ou uso pessoal desse instrumento que lhe é inato e natural, pois, como aprendiz que é, aprende a cada lição de vida algo novo a respeito de sua condição de homem de bem.

por Flávio Bastos - flaviolgb@terra.com.br

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