segunda-feira, 6 de junho de 2011

Céu Poesia

As metáforas são pontes poéticas que o amor constrói para fazer a ligação entre coisas e conceitos.

Os Textos Sagrados das diferentes tradições religiosas não raramente lançam mão de metáforas, de beleza e de poesia. A sutileza, o mistério e o elemento inexplicado da vida encontram-se para além das palavras, fazendo necessário o uso de metáforas, da beleza e da poesia.

E dentre as metáforas poéticas contidas nos versos das diversas tradições espirituais, uma das mais belas é uma passagem dos textos da Fé Bahá’í, que compara o corpo físico a uma gaiola, e o espírito a uma ave que nela habita.

“Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se a gaiola. Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o espírito é o pássaro. Nada tem o pássaro que recear, porém, com a destruição da gaiola. Se a gaiola for quebrada, o espírito continuará a existir, e seus sentimentos serão até mais poderosos, suas percepções mais agudas, e sua felicidade maior.”

O suave voo das aves, uma metáfora visual a nos sussurrar que a alma é livre das limitações impostas pela matéria. Uma metáfora poética e visual. Somos feitos de matéria e espírito. Habitamos o tempo-espaço, e a Eternidade habita em nós.

O verdadeiro lar do passarinho é o ar e não o ninho. Uma ave não voa o quanto quer, mas o quanto pode. Da força das asas dependem a altura e a distância que se pode alcançar. Aproveitar os nossos breves e incertos dias para fortalecer as asas do nosso espírito.

JUSTIÇA, CARIDADE, COMPAIXÃO, BONDADE, GENEROSIDADE, TOLERÂNCIA...

Cuidar dos olhos, vigiar o olhar.

“Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será cheio de luz.” Jesus Cristo

Cuidar da nossa vida espiritual de um modo tal que seja suave e belo o nosso voo,
quando a nossa hora derradeira chegar. Ninguém sabe do dia, nem das circunstâncias, nem da hora, a única certeza é a de que o céu infinito nos espera...

“Assim como a vida é mortal, a morte é vital.” Santo Agostinho

“Quando a morte levanta a tampa deste cofre fechado onde estamos encerrados, aquele que tem asas voa até o dia eterno.”

“Dá pois ao pássaro da ambição espiritual a asa do sentido místico; dá coração à razão, e êxtase à alma.”

“Antes que tirem a tampa dessa caixa, faze-te pássaro do caminho espiritual...”
Farid ud-Din Attar, em ‘A Linguagem dos Pássaros’.

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