segunda-feira, 29 de outubro de 2012



AMOR NÃO ACABA, NÓS É QUE MUDAMOS

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação

de amor, e depois de alguns anos se separam, 
cada um vai em busca do próprio caminho, 
saem do raio de visão um do outro.
Que fim levou aquele sentimento?
O amor realmente acaba?
O que acaba são algumas de nossas expectativas
e desejos, que são substituídos por outros
 no decorrer da vida.
As pessoas não mudam na sua essência, 

mas mudam muito de sonhos,
mudam de pontos de vista e de necessidades,
principalmente de necessidades.
O amor costuma ser amoldado à nossa carência

 de envolvimento afetivo,
porém essa carência não é estática, 

ela se modifica à medida que vamos 
tendo novas experiências,
à medida que vamos aprendendo com as dores,
com os remorsos e com nossos erros todos. 

O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles
 que se mantém os mesmos. 
Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, 
ou que você sofre, também não muda.
Amores eternos só existem 

para dois grupos de pessoas.
O primeiro é formado por aqueles que se recusam

 a experimentar a vida,
para aqueles que não querem investigar

 mais nada sobre si mesmo,
estão contentes com o que estabeleceram

 como verdade numa determinada época
 e seguem com esta verdade até os 120 anos.
O outro grupo é o dos sortudos:
aqueles que amam alguém, 

e mesmo tendo evoluído com o tempo,
descobrem que o parceiro também evoluiu,

 e essa evolução se deu com a mesma intensidade
 e seguiu na mesma direção. 
Sendo assim, conseguem renovar o amor, 
pois a renovação particular de cada um
 foi tão parecida que não gerou conflito.
O amor não acaba. 

O amor apenas sai do centro das nossas atenções.
O tempo desenvolve nossas defesas, 

nos oferece outras possibilidades 
e a gente avança porque 
é da natureza humana avançar. 
Não é o sentimento que se esgota,
somos nós que ficamos esgotados de sofrer, 

ou esgotados de esperar,
ou esgotados da mesmice. 
Paixão termina, amor não.
Amor é aquilo que a gente deixa ocupar 
todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo,
 e que transferimos para o quartinho dos fundos 
quando não funciona mais,
mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

(Martha Medeiros)

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